O novo embaixador da Ucrânia em Brasília, Andrij Melnyk, disse à CNN que o seu governo reconhece “o papel de liderança que o Brasil está disposto a desempenhar no cenário internacional ao assumir mais responsabilidades para restabelecer uma ordem global”. E acrescentou: “Brasília tem todos os pré-requisitos necessários para ter sucesso”.
Essas foram as declarações mais positivas vindas do governo ucraniano em relação ao Brasil nos últimos meses.
A relação entre os dois países foi marcada recentemente por desencontros entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Volodymyr Zelensky, e por declarações críticas de parte a parte.
O governo ucraniano também confirmou nesta terça-feira (19) que os dois líderes vão se encontrar na quarta-feira, em Nova York, às margens da reunião da Assembleia-Geral da ONU – como proposto pelo Itamaraty.
Será a primeira reunião bilateral presencial entre eles.
Perguntado pela CNN sobre a importância do encontro, o embaixador Melnyk disse que a reunião é muito importante e que os ucranianos esperam “que o Brasil possa contribuir significativamente para pôr fim à invasão militar russa por meios diplomáticos, implementando a fórmula de paz do presidente Zelensky”.
O presidente ucraniano pretende apresentar a Lula os detalhes da guerra no momento e também mais dados sobre seu plano de paz – que inclui pontos como a criação de um tribunal especial para julgar crimes de guerra russos, a retirada imediata de tropas do Kremlin de território ucraniano e o pagamento de indenização pela Rússia pela destruição no país vizinho.
O problema é que os russos já indicaram que não aceitam esses termos e apostam num longo conflito, na esperança de negociar a paz no futuro controlando parte do território da Ucrânia.
Apesar disso, o embaixador Melnyk manteve um tom otimista na conversa com a CNN, especialmente com relação à reunião entre Lula e Zelensky.
“Acredito firmemente que este primeiro encontro pessoal dos dois líderes será um verdadeiro avanço para as nossas relações bilaterais que renovarão uma verdadeira parceria estratégica entre a Ucrânia e o Brasil estabelecida em 2009”, disse ele.
Estou convencido de que o presidente Zelensky e o presidente Lula enviarão um impulso poderoso para reiniciar uma aliança natural entre Kiev e Brasília e preenchê-la com novos projetos mutuamente benéficos”.
Entre esses projetos, ele destacou que o Brasil pode desempenhar um papel importante na reconstrução da economia da Ucrânia “depois que esta guerra brutal do Kremlin terminar”.
VÍDEO: Amorim: Reunião com Zelensky não é assunto principal da visita de Lula aos EUA
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