A Austrália chegou na MotoGP em 2023 para bancar o isqueirinho. Quando parecia de Francesco Bagnaia tinha recolocado a temporada nos trilhos, a sexta-feira (20) em Phillip Island se mostrou mais um dia difícil para o líder do Mundial, enquanto Jorge Martín avançou tranquilo rumo à fase final da classificação.
Pecco saiu da Indonésia em uma posição até que confortável: afinal, são 18 pontos de margem para o espanhol da Pramac. No entanto, nunca é demais lembrar que, ainda que por pouco mais de 24 horas, o italiano perder o comando do campeonato deste ano.
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Desde o GP da Catalunha, Martín tem operado uma verdadeira sangria na vantagem de pontos do titular da Ducati. Em grande fase, o espanhol conseguiu virar o jogo após a corrida sprint em Mandalika, aproveitando um fim de semana que não tinha bem para Bagnaia: na sexta-feira, o #1 ficou fora do top-10; no sábado, não passou do Q1, foi só 13º no grid e se recuperou somente até a oitava colocação, enquanto o rival pela placa deste ano na Torre dos Campeões venceu.
Assim, Jorge tomou a ponta da disputa, mas, no dia seguinte, viu o esforço cair por terra graças a um abandono e uma vigorosa prova de recuperação do adversário. Parecia, então, que Pecco tinha voltado às boas com a performance, mas a sexta-feira na Austrália terminou preocupante para o time dos mosqueteiros Gigi Dall’Igna, Paolo Ciabatti e Davide Tardozzi.
Na primeira sessão no belíssimo circuito australiano, Pecco foi só 11º, tomando 1s479 de Martín, que comandou com mão de ferro o treino livre 1. Na atividade vespertina, a posição do campeão vigente se repetiu, mas agora com 0s699 de atraso para Brad Binder, o dono do melhor tempo. A diferença para Jorge, que fez o quarto tempo, foi de 0s420.
Apesar do revés, Bagnaia se mostrou satisfeito com o ritmo de corrida, mas assumiu que não estava bem para volta lançada. O italiano reclamou que a Ducati é excessivamente agressiva e também falta aderência.
“Começamos a sessão com um pneu médio na traseira, para tentar levá-lo o mais adiante possível, e a minha sensação foi boa. O ritmo também era um dos melhores com esse composto, mas, quando mudamos para fazer o tempo de ataque, começamos a ter problemas”, relatou Pecco. “Então talvez a estratégia certa tenha sido a que os outros fizeram, começando pelos macios para analisar a situação”, ponderou.
“Tenho muita dificuldade na aceleração e para entrar rápido nas curvas: a minha moto é muito agressiva, muito nervosa”, apontou. “Por exemplo, entre a última curva e a linha de chegada, perco 0s2 em relação a Martín, o que é incrível. Me falta um pouco de tração em toda a pista, e esse é o problema, mas, como em Mandalika, a sensação com a moto não é ruim, o que é estranho”, pontuou.
Pecco lamentou, porém, que o problema esteja se repetindo com certa frequência na temporada 2023 da MotoGP.
“Cada vez que vamos de uma pista para outra, começamos com o mesmo acerto e não funciona. Mais ou menos durante toda a temporada, nós sofremos muito na sexta-feira, melhoramos a situação no sábado e aí somos os mais rápidos no domingo. Neste caso, teremos um dia a menos para sermos os mais rápidos, mas também é verdade que é difícil ter uma vantagem clara nesta pista”, comentou.
“Olhando para o ritmo, já estamos entre os melhores, também em termos de consistência do pneu. Acho que fizemos um bom trabalho, mas precisamos tentar melhorar para começar o fim de semana com um feeling melhor. Além disso, aqui é possível recuperar. Em 2019, larguei em 13º ou 14º e terminei a corrida em quarto. E acho que melhorei em comparação com 2019”, observou.
Por fim, Pecco comentou os minutos finais da classificação, quando muitos pilotos ficaram lentos pela pista esperando por alguém mais rápido.
“Obviamente, quando você é rápido, todo mundo busca a sua roda, até porque sabem que eu sou alguém que força de qualquer maneira, e normalmente supero quem está atrás ainda que esteja no vácuo”, declarou. “Acho que não mudou muita coisa, mas a MotoGP em geral está mudando. Hoje, vimos dez pilotos quase parados na trajetória esperando por alguém, o que não é necessário. Acho que não é certo e, para mim, é inaceitável”, comentou.
“Na Comissão de Segurança, reclamamos dos pilotos da Moto3 e depois somos os primeiros a fazer isso. É errado”, completou.
Diferente do que fez anteriormente, Martín evitou ser taxativo em relação às dificuldades de Bagnaia.
“Está claro que se não entra no Q2 é porque tem problema, mas sabemos que ele já fez isso outras vezes, saiu de situações piores, então vou esperar amanhã”, considerou Jorge.
O titular da Pramac, aliás, destacou que se sentiu bem com pneus usados em Phillip Island, mas ainda precisa trabalhar em alguns detalhes.
“Me senti muito forte, até com o pneu médio usado fui bem competitivo”, destacou o #89. “Ainda me falta lidar com um par de pontos, mas espero resolver. Será muito importante sair nas primeiras posições”, defendeu.
Por fim, Martín apontou melhora nos pneus em relação ano passado, mas avaliou que será difícil fazer uma escolha.
“Notei um grande avanço em relação ao ano passado, testei todos os compostos disponíveis e me sinto muito bem”, contou. “Vai ser difícil escolher [um pneu]. Durante a tarde, com o que escolhi, acredito que fui mais forte”, encerrou.
O segundo treino livre da MotoGP para o GP da Austrália, em Phillip Island, acontece ainda na noite desta sexta-feira, às 20h10 (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade.
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