Falhas na comunicação podem ter sido um dos fatores que prejudicaram a ação dos agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no dia 8 de janeiro. É o que concluiu a sindicância aberta pela pasta para apurar possíveis responsabilidades sobre a invasão ao Palácio do Planalto.
Cópia do documento, ao qual a CNN teve acesso, foi encaminhado para os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os ataques às sedes dos Três Poderes.
A sindicância, feita ao longo de quatro meses, diz que as deficiências no fluxo e na qualidade de informações de inteligência “constituíram fator determinante para o dimensionamento insuficiente de equipes de segurança presentes no Palácio do Planalto”.
O material indica que o GSI não recebeu avisos da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal alertando sobre a dimensão da manifestação. E que os canais oficiais de comunicação do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) também não enviaram informes.
A sindicância também pede a abertura de “procedimentos acusatórios (investigação interna)” contra dois militares que serviam no GSI: o tenente-coronel da PMDF Jáder Silva dos Santos e o coronel do Exército Alexandre Santos de Amorim.
Silva Santos era responsável pelo envio dos informes. E Amorim era coordenador de Avaliações de Risco do GSI, o departamento que deveria indicar a possibilidade de invasão ao Palácio.
Apesar da recomendação para que sejam abertos procedimentos acusatórios individuais, o relatório não aponta a possível responsabilização pelos fatos.
A CNN tenta contato com os militares citados e aguarda um posicionamento por parte do GSI.
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